A relação da Hughes com a britânica OneWeb é “simbiótica”, segundo afirmou o presidente da Hughes Brasil, Rafael Guimarães. Em entrevista ao TELETIME, o executivo explicou que a empresa pretende oferecer a capacidade da constelação de mais de 600 satélites de baixa órbita (LEO) para o mercado corporativo a partir do segundo semestre, e visa com isso passar um posicionamento para o cliente enterprise em busca de garantias de qualidade de serviço na conectividade satelital.
A simbiose não é força de expressão. A Hughes foi uma das fundadoras da OneWeb, e permanece como acionista (minoritária) até hoje. Para além disso, a empresa fornece tecnologia para as dezenas de gateways que servirão de suporte à constelação LEO no mundo, inclusive no Brasil. Até por conta disso, a integração dos sistemas será suave, segundo Guimarães.
Além da sinergia na camada tecnológica da operação, a Hughes também deverá atuar na distribuição. “A gente assinou contrato com a OneWeb com foco nas Américas, do Canadá até a Terra do Fogo (Argentina), além da Índia”, contou o executivo a este noticiário. “É uma característica bem importante: é difícil ver no mercado uma relação tão forte entre duas empresas, e temos total interesse em fazer a OneWeb ser um sucesso.”
Há duas semanas, a OneWeb lançou o último lote de satélites LEO. Guimarães conta que agora os artefatos estão se deslocando para chegar às posições orbitais corretas. A conectividade então deverá estar disponível para a Hughes a partir do terceiro trimestre no Sul do País, chegando ao restante do território nos últimos três meses deste ano. Dois gateways serão utilizados: um em Maricá (RJ), e outro em Petrolina (PE).
Serviço
“A nossa visão para o LEO é totalmente enterprise, B2B. A gente entende que, mais ainda do que no negócio de varejo, a característica de baixa latência dessas constelações, especificamente da OneWeb, será boa para esse mercado”, explica Guimarães. Não é só uma questão de explorar a proximidade da constelação para reduzir a latência, mas também de trabalhar com parâmetros de qualidade de serviço, incluindo disponibilidade, estabilidade de conexão e de entrega de pacotes.
“Somos capazes de garantir coisas que são fundamentais para o mercado enterprise, como garantia de banda, de que estou comprando serviço para mil sites e uma quantidade x de banda, que não vai ser compartilhada com ninguém, muito menos com varejo.” A Hughes vislumbra demanda potencial nos mercados de óleo e gás de maneira geral, mas também no setor elétrico e no segmento financeiro, onde ter disponibilidade e baixa latência em qualquer lugar do País poderá ser diferencial.
Fonte: Teletime