Brasil e China assinam nesta terça, 19, acordos que envolvem a empresa chinesa SpaceSail, assim como a Administração Nacional de Dados da China. A SpaceSail está desenvolvendo um serviço de internet de alta velocidade em órbita baixa da Terra (LEO) cuja utilização pelo Brasil foi objeto de discussão entre os dois países no mês passado, em missão do Ministério das Comunicações. Cidades inteligentes e conectividade em áreas remotas são objeto das conversas, que incluiram a Telebras. A assinatura do acordo acontece na sede do Minicom e o evento terá a participação do presidente da SpaceSail, Zheng Lie.
Segundo apurou este noticiário, o acordo com a Administração Nacional de Dados da China é um acordo mais genérico, mas importante, pois trata-se do recém criado órgão governamental, implantado em 2023, e que cuida da coordenação das ações de economia digital, de modo que a troca de informações e ações coordenadas interessa ao governo Brasileiro.
Já o acordo entre Telebrás e SpaceSail também vai na linha de cooperação, troca de informações sobre demanda e análises futuras de mercado. Não quer dizer ainda que a Telebrás vá utilizar ou explorar os satélites chineses, mas abre uma possibilidade futura de operação, com o objetivo de atrair ao Brasil outras empresas fazendo concorrência com a Starlink.
Vale lembrar que, conforme noticiou TELETIME em outubro, os chineses estariam dispostos a conversar desde uma colaboração mais ampla para utilização da constelação Qianfan (chamada também de Thousand Sails ou SpaceSail), sistema de órbita baixa chinês que está sendo implementado pela estatal Shanghai Spacecom Satellite Technology (SSST) como resposta ao domínio norte-americano nesse segmento, especialmente com a Starlink; ou a construção e lançamento, em caráter de urgência, de um novo satélite geoestacionário que contemple as necessidades atuais e de médio prazo do Brasil.
Esse foi o modelo fechado com a Venezuela para o Venesat1 em 2008, por exemplo, mas o satélite acabou apresentando uma falha completa de funcionamento no meio de sua visa útil, saindo de operação em 2020.
A Telebras, por sua vez, busca alternativas para o SGDC, o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicação que precisa ter a sua capacidade reposta e ampliada. O Brasil tem já um memorando de entendimento com a Espanha no mesmo sentido.
Fonte: Teletime